quinta-feira, 8 de março de 2012

Sobre a loucura que é escrever sobre si

Eu nunca gostei de escrever muito sobre mim, embora eu sempre escreva sobre meus desatinos, loucuras, psicoses, medos, angústias, desejos e amores. Mas agora, depois de tanto tempo sem escrever um diário, é complicado parar e tentar refletir sobre tudo o que eu fiz no dia... eu perdi o hábito, e não sei escrever um diário. Mas existe técnica pra escrever um diário, se é uma coisa tão pessoal e intransferível? Quando eu estava na 5ª pra 7ª série, eu ainda estava na vibe de escrever diários, só pra ter com quem desabafar as minhas coisas incontáveis, para quem contar sobre meu dia, sem que esse alguém me dissesse: mas que entediante! Pois é, eu sempre fui muito discreta, meio medrosa, tímida demais, calada demais, e nem sei se ainda sou assim, pois também perdi o hábito de me perceber. Ontem, terça-feira, meu orientador e professor, na disciplina sobre autobiografias, relatos de vida, sociologia do indivíduo, passou como atividade que todos nós devemos escrever um diário, seja em blog ou em caderno. E agora me pego tendo de me perceber, do nada, como um tapa na cara, eu tenho que parar e pensar que o que eu estou fazendo nesse exato minuto pode virar texto. Isso não é louco? E é confiar na minha memória já tão falha pra ver o que eu fiz, o que eu pensei, o que eu, o que eu... e sempre lembro que fiz algo mais que acabei não escrevendo sobre. Por exemplo, esqueci de contar no meu diário que hoje levei um mordida no pé, o Ralf, o cachorro daqui de casa, que fiz depilação nas pernas, que comi muito agora a noite, e estou me sentindo mais gorda do que nunca dentro dessa blusa apertada que me deixa com mais sensação de que estou medonha...Enfim... só sei que estava pensando em alguma coisa sobre isso, e mais uma vez me escapou. Minha memória... mas só sei que é muito louco, isso de escrever sobre si.

2 comentários:

  1. Ninguém nunca soube me escutar como meus diários de quando eu era piveta.
    E depois de um tempo que isso se perde, a gente acaba achando que os novos hábitos apagam os velhos. Mas não apagam. Com esforço, eles se misturam.
    Continue morando no território dos desatinos viu, meu bem?! Beijo!

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  2. Olá Marcelle,

    é para lhe comunicar que o Noodles, Lamash, Kleen, Shoshanna, Yagami e André Passos, saimos do laranja e criamos nosso blogue de cinema:

    http://sonatapremiere.blogspot.com/

    e um outro, mais variado,

    http://projetochernobyl.blogspot.com/

    como sabe, sua visita será muito bem vinda.

    Abraços,
    Sonata Première

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"Se você procura alguém coerente, sensata, politicamente correta, racional, cheia de moralismo: Esqueça-me!
Se você sabe conviver com pessoas intempestivas, emotivas, vulneráveis, amáveis, que explodem na emoção: Acolha-me!"