quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Sensitiva

O ano de 2014 ainda não acabou, mas eu já consigo fazer um balanço do que me aconteceu, do que me afetou, desde o primeiro dia do ano até hoje, dia 15 de outubro.

Sou um pouco supersticiosa. Tive um dos piores réveillons da minha vida, até onde me lembro, e isso pra mim já significa que alguma coisa ia dar muito errado esse ano.

Pensando aqui, antes de escrever esse post e lembrando o que escrevi ano retrasado/passado em outro blog, parece que os anos passam sempre iguais, mas depois de 2014, com certeza, eu não sou mais a mesma. Sabe quando você sente que em menos de um ano envelheceu mais, mudou muitos pensamentos, sente que alguém em algum lugar do universo está tentando mandar alguma mensagem pra você repensar tudo e todos ao seu redor? Pois bem, esse é meu sentimento em relação a 2014. Sinto que Deus, ou qualquer outra divindade, me manda mensagens, me alerta sobre as pessoas, sobre mim, o que tenho de mudar, o que tenho de amadurecer. Isso é um curso natural da vida, claro, mas repito, esse ano de 2014 ficará marcado. E eu digo porquê.

O ano iniciou com a promessa de uma nova fase na minha vida: meu pai vendeu a casa que moramos a vida toda, casa própria e que tinha um significado afetivo grande, pois passei minha infância e começo de adolescência lá. Já não morava lá há anos, mas é um grande passo. Meu pai mudou-se para a casa que era de seu pai (que faleceu em setembro do ano passado) e dividimos o dinheiro da venda da nossa casa. Como combinado, minha parte ficou destinada a compra do meu primeiro apartamento. Já dei entrada e estou esperando ficar pronto. A vida de casada bate à porta.

Em segundo lugar, meu corpo começou a dar sinais de que eu precisava me manter atenta. Desde janeiro sinto alguns sintomas que parece várias coisas. A primeira vez que me senti mal, em janeiro, fui para a emergência de um hospital acreditando estar tendo um ataque cardíaco, e desde então, esse medo de morrer de algum problema cardíaco vem me amedrontando. Algumas pessoas da minha família têm/tiveram problemas cardíacos, somando a isso o fato de que nesse ano, após dois exames de sangue, descobri que meu colesterol está muito alto, e isso nunca aconteceu. Tenho sentido dormência do lado esquerdo do corpo, penso que sinto meu coração ficando sem oxigênio, sinto incômodos no corpo...já acho que é estresse, ansiedade, pânico, coisas psíquicas que afetam meu físico. Mas não sei ao certo, já fui a vários médicos, menos psiquiatra, psicólogo e psicanalista. Ainda estou relutante. Desde os 12 anos sei que tenho depressão, não preciso de diagnóstico. Por causa do colesterol, resolvi mudar aos poucos minha alimentação, e hoje, estou 6 quilos mais magra. Nesse ponto estou começando a me sentir bem e pretendo continuar, aos poucos, mudando. Andava com minha auto-estima muito caída há alguns meses.

Estava com problemas psíquicos muito fortes desde outubro do ano passado. Muitos problemas de família, problemas na vida afetiva, comigo mesma. A questão da auto-estima está arraigada nisso, pois tive que acessar muito o meu passado esse ano, e o fato de rever como eu era antes fisicamente foi uma das coisas que mexeram muito comigo. Ficava muito mais deprimida olhando para minhas fotos e vendo o quanto os 20 quilos que engordei de 2009 para cá fizeram toda a diferença. Hoje, 6 quilos mais magra, consigo ver como isso é importante. Não é o fato de precisar ser magra, mas sentir-se bem consigo mesma, e nem isso eu estava tendo. Hoje estou melhor, me sinto melhor, pintei o cabelo...me sinto melhor.

Em terceiro lugar, resolvi resolver (redundante mesmo) pendências do meu passado. É muito importante uma hora parar e pensar nas besteiras que a gente fez e tentar corrigir, por mais que seja sofrível. Antes eu pensava que era melhor deixar no passado, mas o fato de falar e repensar o que passou ajuda muito no presente e mais ainda no futuro. Fui me desligando do que eu fui na minha adolescência, finalmente, sinto que estou me tornando uma mulher. Já tenho 25 anos, é verdade, mas cada pessoa com seu ritmo, não é mesmo? Pois aos 25 anos, sinto que estou me tornando o que eu serei daqui para a frente. Eu sinto que todas as coisas ruins que aconteceram, apesar de tudo, estão sendo cruciais no meu hoje, e do hoje não me envergonharei como me envergonho do ontem.

Em relação ao meu passado, algumas coisas estão machucando muito. Uma delas a realidade de que algumas pessoas que conheço há anos, de infância, não são e não sentem por mim o que eu sempre achei que eram e sentiam. Descobri que minha melhor amiga falava de mim pelas costas com uma pessoa que eu acreditava ser meu amigo, mais recentemente, percebi que algumas pessoas só estavam perto de mim porque precisam de mim para alguma coisa, o que é uma forma de interesse, mas que falavam mal de mim e da minha vida para outras pessoas, percebi os fuxicos e o círculo de inveja o meu redor por causa da decisão de alguém importante em me colocar em uma posição de destaque no trabalho...por causa dessas pessoas, comecei a pensar no porque de agirem assim comigo. Percebi que estava me distanciando muito de algumas pessoas, e por causa disso, resolvi dar mais atenção a quem meu coração dizia que mereciam. Se a maldade e inveja das pessoas que me machucaram serviram de alguma coisa, foi me fazer querer fazer uma faxina na minha vida e dar mais importancia e amor para as pessoas que eu sinto que realmente se importam comigo.

E eu que sempre fui taxada de exagerada, hoje mais do que nunca dou muito atenção ao que eu sinto. Em relação a essas pessoas, sempre senti alguma coisa de negativo, sensação de que havia alguma coisa fora do lugar, e que não era eu. Por causa dessas pessoas, resolvi mudar e ficar atenta aos sinais. Resolvi seguir isso e ir testando minha sensitividade. Não errei até agora.

Sou uma pessoa muito fácil de conviver: não gosto de briga, evito conflitos, sou muito calada, sou tímida, sei ficar no meu lugar e muitas vezes as pessoas interpretam isso como se eu fosse alguém que se pode pisar, uma boba que não percebe as coisas, que não sente, não pensa, não tem personalidade, opinião...mas por causa dessas pessoas, resolvi ser diferente. Sempre achei que isso de descartar as pessoas da vida da gente é triste, mas depois de ter sido descartada de várias formas, rejeitada, humilhada e feita de idiota, quem é que continua a mesma pessoa, hein? Pois não consigo mais aturar certas coisas, estou descartando tudo de negativo, tudo que sinto que não vai me levar a nada, não me importo se isso faz de mim uma pessoa pior ou igual a quem me fez algum tipo de mal. Acontece que, da mesma forma, estou polindo e começando a apertar meu botãozinho “foda-se”.


Bem, acho que ao invés de pensar que perdi muito, sofri horrores, me sinto mal nos lugares, me sinto mal na presença de pessoas, no que falam de mim por aí...penso que tudo não passa de uma fase em que estou me purificando de todo o mal, toda negatividade, inveja e afins. Tenho de me sentir grata a cada manhã pela oportunidade. Me sinto uma mulher afortunadamente sensitiva. E nada mais irá me abalar, porque passarei por tudo isso e sairei mais forte, com a casca mais resistente. E serei bem feliz, eu sinto que mereço isso.

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